Grandes empresas começam a se
instalar em Ilhéus e o empresariado é incentivado por especialistas a investir em suas empresas e
serviços, a fim de se fortalecer e não se enfraquecer no mercado
Há décadas
Ilhéus e região tem buscado restabelecer sua economia após a decadente crise da
vassoura de bruxa, que acabou por dizimar toneladas de cacau mata adentro. O
antigo porto, a natural sobrevivência do turismo e o pólo de informática,
embora tenham ascendido expectativas aos ilheenses, não foram suficientes para
alavancar com força uma economia que até então, via-se estagnada. Porém, um
clima de transformação paira sobre Ilhéus. O aquecimento imobiliário associado
à chegada de multinacionais sinalizam novos ares para a cidade.
As instalações
de grandes redes como a Carrefour, Makro e Lojas Americanas traduzem Ilhéus
como um terreno favorável de consumidores potenciais. Não é à toa que o
município está situado entre as 300 cidades mais dinâmicas do Brasil, na 90ª
colocação. De acordo com entrevista, o economista Gilvan Tavares explica que se
trata de um momento atrativo de bons negócios, “é um verdadeiro campo aberto
para o empreendedorismo. É necessário que o empresariado acorde para as
inúmeras situações de negócios que estão surgindo, e vão surgir mais”, explica.
Segundo o
Secretário de Planejamento, Comércio e Indústria, Alisson Mendonça, “nossa
expectativa é que Ilhéus seja um atrativo permanente de novas empresas”. Ele
acredita que a geração direta de emprego e renda será decisiva no aquecimento
da economia.
Para o
presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcelo Oliveira, “as
empresas vindo de fora trazem um grande benefício para a nossa cidade”, mas frisa,
“para a maioria isso será uma boa oportunidade, para outros ameaça”. Ele diz
que o empresariado da região precisa se antecipar frente à concorrência que vem
de fora, e defende a união das empresas e investimentos para o fortalecimento
de seus negócios. “Os empresários têm que planejar, olhar para o futuro,
enxergar cada vez mais longe. Não adianta criticar o governo, criticar Ilhéus...
As empresas da região que se atualizam, que investem em marketing, analisam
seus funcionários, dominam seus negócios, estão muito bem. Mas vejo que falta
isso em alguns profissionais. A empresa que não investe é como o profissional
que não investe em si, está parado”. Oliveira reforça que se o investimento e
planejamento das empresas forem feitos com antecedência, é possível mapear a
área de atuação e se proteger, “agora, se eu faço isso na hora que chega a
concorrência, com certeza ela vai vir muito mais forte e poderosa do que uma
empresa local”, destacou.
Economia hoje. E do turismo, que será?
O pólo de
informática representa hoje 60% do PIB (produto interno bruto) municipal. As
indústrias do cacau também têm forte representatividade, dando retorno positivo
à economia do município. O setor imobiliário já mostra seu crescimento e o
comércio é a grande fonte geradora de empregos. O potencial do turismo, por sua
vez, ainda não deslanchou como poderia, deixando muito a desejar na prestação
de serviços. Porém, é uma das áreas que apresenta grande chance de desenvolvimento.
“Se o turismo em Ilhéus já sobrevive naturalmente, imagine se isso começar a
ser planejado. Vai ser realmente uma cidade muito mais dinâmica”, afirma
Oliveira. Já Tavares pontua que com o atrativo de bons negócios, associado à
geografia e a qualidade de vida da região, Ilhéus se situa numa posição
privilegiada para um grande potencial turístico.
Quem
não é visto, não é lembrado
“Uma
organização hoje tem que funcionar como uma orquestra: são vários
especialistas, mas alguém tem que ficar coordenando o negócio, isso é gestão”, é
o que defende o administrador de empresas, especialista em Marketing e Recursos
Humanos, Newton Aranha. Para ele, o Marketing é uma ferramenta essencial dentro
de uma empresa, para que ela possa principalmente encontrar seu público alvo: o
cliente. “Quem não é visto, não é lembrado. Uma empresa que não divulga seu
produto, quem vai saber que ela está lá? Só tem um jeito de ser lembrado: é
você aparecer, ‘eu estou aqui’”, explica. Ele afirma que a grande função do
Marketing é fazer com que o cliente perceba no produto oferecido, a qualidade que
ele quer encontrar.
“Não existe
uma organização sem comunicação interna e externa. A comunicação é a premissa
básica da manutenção de qualquer organização. Por isso, eu tenho que comunicar
os atributos de minha empresa e produtos. Devo satisfazer o cliente, de modo
que não deixe espaço para dúvidas”, diz.
Segundo Aranha,
criar um conceito bem elaborado, com uma idéia positiva da empresa deve ser o
grande esforço. Partindo-se da premissa de que não é o cliente que vai até a
empresa, é a empresa que vai até o cliente, conhecê-lo é fundamental para
encontrá-lo através dos meios de comunicação que ele mais utiliza. “A sua
melhor estratégia, é: quem é o seu cliente? A comunicação é o básico”, defende.
Na visão de Aranha, o terceiro setor
precisa se movimentar para criar mais oportunidades e aquecer os negócios em
Ilhéus. E o Marketing é uma ferramenta ideal nesse processo. “O que uma empresa tem é a marca, é o que
elas querem defender, o que elas têm de forte”, finaliza.
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