quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cia. Casa Aberta de Teatro

BRIEFING
É um grupo de teatro de Ilhéus, caracterizado por peças de comédia, que dramatizam situações cotidianas engraçadas associadas a um cunho de crítica social por meio do teatro de humor. O atendimento consistiu na criação de uma matéria jornalística de divulgação da peça e um histórico do grupo, desde o surgimento aos dias atuais.

RELEASE DIVULGAÇÃO

Pra se embolar de rir
Senhoras e Senhores, o Espetáculo de comédia Cotidianus, da Cia. Casa Aberta de Teatro, se prepara para entrar em cena, 29, e vai dar o que gargalhar!


É com muito bom humor e alegria, que a Cia. Casa Aberta de Teatro tem a honra de anunciar ao público a estréia do show de comédia, Cotidianus, em 29 de maio (sábado), às 20 horas, no Teatro Municipal de Ilhéus. Com um elenco de seis atores, a peça que é composta por onze esquetes e mais de vinte personagens pra lá de engraçados, já promete arrancar risos e gargalhadas da platéia. A direção é do coletivo Cia. Casa Aberta de Teatro, que desde 2007 vem fazendo história na cena cultural de Ilhéus e região.
Através de cenas montadas a partir de diversas abordagens cotidianas, as esquetes do espetáculo variam com episódios que vão desde exibições culturais, religiosas, à questões sociais. À exemplo disso, o “Arrocha Brasil”, “O Pastor e o Satanás”, “O Bandido Honesto” e “O Rico e o Pobre”, são algumas das atrações presentes no cardápio da Cia. apresentadas no dia 29, no Teatro em Ilhéus, donde os ingressos estão disponíveis na bilheteria e pelo telefone (73) 3231-3087.
Inspirada em situações do dia-a-dia, a peça apresenta personagens peculiares, geralmente de tipos regionais, que expostos a certo contexto social, exibem com humor cenas cotidianas revestidas de fundo crítico. “Existe toda uma crítica por trás do personagem, em que há uma mensagem que não está somente em fazer o público dar risada... Nosso objetivo principal é provocar a reflexão, quando o espectador leva para casa aquela mensagem, e pensa: ‘o ator falou brincando, mas aquilo é sério’”, destacou um dos atores da Cia., Germano Lopes.
No palco, a dramaturgia de Ruy Penalva, Germano Lopes, Julio Cesar, Milena Argolo, Marcelo Brandão e Gustavo Bina, entra em cena junto com todo o trabalho, direção e produção realizado pela Cia. Casa Aberta, que não seria a mesma sem o apoio de Cris Passos (direção operacional) do Espaço Cultural Casa Aberta e ONG Filtro dos Sonhos, Gustavo Felicíssimo da Fundação Cultural, Romualdo Lisboa do Teatro Popular de Ilhéus, e também aos amigos, apoiadores e incentivadores André Rosa, Janete Lainha, Luciano de Luca, Tânia Barbosa, Potira Castro e Michele Miná. Ademais, na produção, Fabiane Ribeiro (direção executiva), André Loretz (sonoplastia) e Anna Karenina (assessoria de imprensa).

HISTÓRICO

D’Os Improvisados para a Casa Aberta
A história de uma Cia. de Teatro que já dá muito o que falar

Com a Estréia do Espetáculo de comédia “Cotidianu’s” em 20 de abril, no Teatro Municipal de Ilhéus, a Companhia Casa Aberta de Teatro convida o respeitável público apreciador da arte cênica a conhecer os trajetos percorridos pelo grupo, que desde 2007 vêm fazendo história com o teatro na cena cultural da região. Inspirado em situações do dia-a-dia, a peça apresenta personagens peculiares de tipos regionais, que expostos a um contexto comum, presente na vida das pessoas, se configura ao mesclar a sátira de situações cotidianas, revestidas com uma roupagem de fundo crítico.

O mês de setembro já trazia a brisa da primavera, e com ela, bons ventos sopravam na Escola Municipal Themístocles Andrade (EMTA), no Teotônio Vilela, em Ilhéus, naquele ano de 2007. Já era chegada a hora da Mostra Cultural, onde os estudantes se preparavam para manifestações artísticas de dança, música e teatro. O entusiasmo não faltava àqueles alunos, que mesmo com os limitados recursos do colégio municipal, não mediam esforços para expressar com arte suas manifestações e anseios que faziam parte do universo adolescente.
Grupos de música e dança se formaram, enquanto que o teatro ficava a critério dos poucos que se ousavam lançar ao palco face a face de frente com o público. Um trio, formado por Ruy Penalva, Jacqueline Argolo e George Lima, assumiu o desafio e “mesmo que começando através de uma brincadeira, descobrimos o teatro como ferramenta de reivindicar sem jogar pedra”, conta o ator, Ruy Penalva, da então chamada Cia. “Os Improvisados”. Semanas a fio de ensaios passaram-se a portas fechadas para a peça “O Debate” (texto: Cia. de Comédia “Os Melhores do Mundo”, de Brasília), como protesto da corrupção política da época. Ao grande dia da Mostra, Os Improvisados foram os últimos a se apresentarem, surpreendendo pais, professores e colegas, com a execução e a montagem da peça.
Ao final de 2007, no Festival de Talentos do EJA (Educação Para Jovens e Adultos) no Teatro Municipal de Ilhéus, Os Improvisados se apresentaram e com muito bom humor arrancaram risos e gargalhadas do público. A partir daí, o gênero da comédia enraizou-se na história da Cia, que logo se ampliou, chegando a ter dezessete membros participantes. Pessoas de diferentes lugares de Ilhéus se reuniam para os ensaios do grupo. Do Teotônio Vilela, ao Malhado, Savóia, Barra, Avenida Itabuna, revezavam-se de casa em casa, pois a Cia. ainda não tinha um espaço próprio para ensaiar. Aos poucos, algumas pessoas saíram e se desligaram do grupo, ao mesmo tempo em que outros atores eram convidados a compor a Cia., a exemplo de Guilherme Bruno, e mais tarde Germano Lopes, ambos da Casa dos Artistas. Inspirada no dia-a-dia das pessoas, começaram a ensaiar a comédia “Cotidianu’s”, escrita por Ruy Penalva, na Casa dos Artistas – que cedeu apoio para o grupo realizar suas atividades aos domingos.

Consolidação
Nesse fase trajetória, a Cia. ainda não apresentava um perfil formado do grupo. “Queríamos uma coisa mais regional, com trabalhos próprios, e embora fossemos criativos, ainda não tínhamos uma idéia e uma identidade formada, sem uma raiz fechada”, explicou Germano Lopes.
No ano de 2008 a Cia. acolheu Marcelo Brandão, quando demorados ensaios e longas conversas aconteceram como decisivas para o conhecimento e a identidade do grupo. “Algumas pessoas não ficavam porque achavam aquilo tudo muito massivo. Enquanto que pensávamos o que fazer no futuro, porque já acreditávamos no futuro do grupo”, com entusiasmo relembrou Germano Lopes.
O cotidiano foi incorporado, de fato, como elemento central que inspirava os debates e as trocas de idéias, e que depois, ganhavam vida no palco quando convertidas em esquetes para apresentação. “Foi então consolidada essa identidade de querer protestar”, afirmou Lopes.
Na busca de incentivo e apoio, no final de 2008 para 2009, a Cia. conheceu a diretora da ONG Filtro dos Sonhos e do Espaço Cultural Casa Aberta, no Outeiro, Cris Passos, que assistiu, conheceu e gostou do trabalho do grupo durante apresentação de “O Debate”. Depois de uma reunião, foi votado a favor da decisão de que o Espaço Cultural da Casa Aberta poderia ser utilizado para os seus ensaios do grupo, - pela primeira vez um espaço próprio para as atividades da Cia, que já precisava desse apoio. “Já queríamos nos desvincular da Casa dos Artistas, porque era um lugar que já tinha muita cultura, e se fazia necessário expandir a cultura para outros lugares também”, explicou Penalva.
Houve época que os ensaios eram na Praça Ruy Barbosa, no centro da cidade, “e as pessoas saiam na janela para ver”, relata Penalva. “Relembrando disso, fico emocionado por saber que não desistimos pela falta de espaço. Isso não nos desmotivou, o que foi importante para enraizar o grupo”, conta Lopes.
Na época, o Espaço da Fundação Cultural Casa Aberta estava inativo, e até mesmo antes da reforma, a Cia. já freqüentava o lugar apesar das desfavoráveis condições físicas, de onde puderam acompanhar todo o processo de restauração da Casa, ao ver essa como uma oportunidade única de com esforço e dedicação tocar os ensaios – reconhecidos pela administração da ONG, que abraçou a idéia e acredita no potencial da Cia., apoiando e estando juntos nesse trabalho.

Mudança
Embora o grupo já estivesse com o perfil de protesto através da comédia e de já imprimir um ritmo de ensaios para a peça “Cotidianu’s” - que sofreu reformulação em todo o texto -, um grande detalhe não passava despercebido: o nome “Os Improvisados”. Mesmo que representasse a falta de recursos para compor os cenários, figurinos, que eram feitos de fato com improvisos, muitas pessoas entendiam que a Cia. fazia tudo realmente de improviso, tanto o texto, como as apresentações – fator que acabava diminuindo a credibilidade, independente do êxito nas performances. “Queríamos impressionar no nome”, disse Penalva, “a gente perdia o respeito do grupo, que ficava claro isso, o que começou a nos incomodar. Começamos a pensar em outros nomes diferentes”.

Com atuações de 6 a 8 de novembro de 2009 na Mostra da Música Alternativa de Ilhéus, Chocolate Groove, no Teatro Municipal de Ilhéus, a Cia. apresentou dez esquetes de comédia. No segundo dia do evento, o diretor e produtor da Fundação Cultural de Ilhéus, Gustavo Felicíssimo, ao ver e reconhecer o talento do grupo sugeriu: “Porque não o nome Cia. Casa Aberta de Teatro”? “Foi então que percebemos que aquele todo trabalho inicial das oficinas e conversas, valeu a pena. Quando mostramos ao público, víamos que ficavam de cara”, relatou Ruy Penalva sobre a atuação no Chocolate Groove. No último dia, em meio aos camarins, prestes a entrar no palco para apresentar as quatro últimas esquetes, os atores já podiam ouvir entre tanta ebulição o apresentador anunciar ao público, em alto e bom tom no microfone, “Cia. Casa Aberta de Teatro!”.
Os intensos e incessantes ensaios continuam sendo feitos todos os dias no Espaço Cultural Casa Aberta de Teatro, na medida em que os atores já incorporaram, de fato, a personalidade dos mais de sessenta personagens pra lá de engraçados e exóticos, distribuídos nas vinte esquetes do próximo espetáculo:
Em 20 de abril de 2010, o público ilheense se divertirá com a estréia da esperada comédia “Cotidianu’s”, que com um novo formato, adaptado a uma roupagem inédita, já toma forma para ser apresentada no Teatro Municipal de Ilhéus, e já promete arrancar gargalhadas do público.
“Existe toda uma crítica por trás do personagem, em que há uma mensagem que não está somente em fazer o público dar risada... Nosso objetivo principal é provocar a reflexão, quando o espectador leva para casa aquela mensagem, e pensa: ‘o ator falou brincando, mas aquilo é sério’”, destacou Germano Lopes.

Projetos

“O teatro é doloroso. Você tem que ter fé de ficar ali e resistir...”, suspirou Ruy Penalva ao lembrar-se das superações do grupo. “Teatro é amor, é doação...”, reflete Júlio César, também integrante da Cia., - que hoje, com sua identidade afirmada e a casa arrumada, já vislumbra idéias e desenvolve projetos sócio-culturais para esse ano de 2010. Além de introduzir o gênero drama com a peça “Zarqueu – Uma Lágrima no Rio de Sangue”, como aposta pra uma futura apresentação, a Cia. objetiva levar ainda esse ano, por exemplo, o teatro para cidades vizinhas na região, onde o acesso ao teatro não acontece, e, depois, promover oficinas de teatro nos distritos da região sul da Bahia, a fim de levar a arte cênica para comunidades pobres e incentivar a formação de grupos de teatro nessas regiões, para compor um espetáculo no fim do ano com crianças e adolescentes carentes.

Elenco

A Cia. Casa Aberta conta hoje com um elenco de sete atores, sendo eles, Ruy Penalva, Germano Lopes, Milena Argolo, Marcelo Brandão, Davi Melo, Júlio César e Gustavo Bina; mais a participação especial de Ed Paixão, do Grupo de Teatro Corpo e Alma, na peça Cotidianu’s, André Loretz no agenciamento e produção, Henrique Ericson na assessoria jurídica, Anna Karenina na assessoria de comunicação, além do incentivo e dedicação de pessoas que apóiam, participam da história e fazem a Cia. Casa Aberta de Teatro ser o que é hoje; como Cris Passos (ONG Filtro dos Sonhos, Fundação Espaço Cultural Casa Aberta), Gustavo Felicíssimo (direção, produção da Fundação Cultural de Ilhéus), Romualdo Lisboa (direção do Teatro Popular de Ilhéus), André Rosa (produção, escritor, historiador e professor da Universidade), Janete Lainha (diretora, atriz, poeta e empresária), Luciano de Luca (diretor de teatro e cantor do Zabumbaia), Tânia Barbosa (direção da Cia. Boi da Cara Preta), Potira Castro (cantora e produtora cultural do SESI) e Michele Miná (produção).

Para Germano Lopes, “‘Casa Aberta’ significa que não é um grupo fechado, as pessoas são bem-vindas. A casa está aberta para novos pensamentos, novas idéias, novas visões e outros formatos. É de fato uma casa de braços abertos”.

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